13/06/12

ENTRE AS FLORES DE JUNHO

Texto de CÉSAR PRÍNCIPE publicado em http://www.resistir.info/portugal/vasco_alvaro_11jun12.html

As tuas cinzas jazem num canteiro No último combate com a fatalIdade No derradeiro encontro das Quatro Estações Assim te semeaste nos Jardins da Terra Assim respondeste às bandeiras nos túmulos numa tarde de sol para todos nós Entre as flores de Junho

Álvaro

Saiu uma nuvem de adeus No crematório Entre as jacarandás Vestidas de roxo

Álvaro

Tu sabias que eras pó criaDor Tu sabias que eras breve mas jamais ausEnte
Álvaro

Não vale a pena dizer que não morreste Vale a pena dizer o que deve ser dito Que nos ensinaste a viVer e a morrer

Álvaro

Não repetirei os passos da tua vida Não recontarei os passos da tua morte Somente lembrarei que a História da Humanidade e a História de Portugal estiveram no teu cortejo e bem se vê que continuarão a precisar do teu nome Para escreVer o nome do Homem

Álvaro

Lámpara Marina em cada anoitecer Na melancolia recliNada nas janelas de Lisboa

Álvaro

Dir-te-ei Continuas presEnte no mundo Embora te tenhas ausentado em Junho

Álvaro

Nunca será em vão chOrar por ti Mas cantaremos todos os dias Até que amanhã seja já hoje

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Que texto magnífico. Dele destaco o excerto "A História da Hmanidade e a História de Portugal...continuarão a precisar do teu nome para escreVer o nome do Homem".

Um beijo, Eduardo.

Olmanita disse...

Acabei de ler este tão belo texto e não deixei de me comover...
Sem querer fazer "culto de personalidade", nãão posso deixae de homenagear Álvaro Cunhal que, como referência de carater e integridade, esterá sempre presente nas nossas memórias... E o Partido somos tantos e tantas!... Tenho a certeza que da luta, que travamos diariamnete, surgirá, um dia, um Portugal novo, mais justo e mais fraterno... como surgiu no 25 de abril de 1974.