21/12/10

Poema de Eugénio de Andrade


Não quero, não

Não quero, não quero, não,

ser soldado nem capitão.

Quero um cavalo só meu,

seja baio ou alazão,

sentir o vento na cara,

sentir a rédea na mão.

Não quero, não quero, não

ser soldado nem capitão.

Não quero muito do mundo:

quero saber-lhe a razão,

sentir-me dono de mim,

ao resto dizer que não.

Não quero, não quero, não,

ser soldado nem capitão.


A ilustração é de Júlio Resende.
O poema de Eugénio de Andrade faz parte do livro «Aquela nuvem e outras».
Traz-me muito boas recordações...

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Poema e ilustração muito lindos.
Parabéns Eduardo.

Um beijo.

Sérgio Ribeiro disse...

Obrigado pela prenda!