07/11/12

Excerto de «JUBIABÁ»

Mas agora o negro olhava com um outro respeito os trabalhadores. Eles podiam deixar de ser escravos. Quando eles queriam, ninguém podia com eles. Aqueles homens magros que vieram da Espanha e viviam nos estribos do bonde cobrando passagens, aqueles negros hercúleos que carregavam fardos no cais ou manejavam as máquinas nas oficinas de eletricidade eram fortes e decididos e tinham a vida da cidade nas mãos. No entanto passam rindo, mal vestidos, os pés no chão muitas vezes, e ouvem insultos dos que se acham prejudicados com a greve. Mas eles riem porque agora sabem que são uma força. Antônio Balduíno também descobriu isto e foi como se nascesse de novo.
Jorge Amado

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Que grande texto do Jorge amado. Adequadíssimo a 14 de Novembro.

Um beijo Eduardo e parabéns.