«Diz-lhes que não falarei nem que me matem» é um espetáculo teatral, escrito e encenado por Marta Freitas, a partir dum trabalho de investigação baseado na experiência vivida pelo militante comunista Carlos Costa, durante quinze anos de prisão nas diversas cadeias da ditadura fascista.
Conforme se diz no texto de apresentação, “Diz-lhes que não falarei nem que me matem é um testemunho autêntico do que é viver privado da liberdade, pela luta de um ideal. Como se foge à loucura? Como se sente saudades? Como se ama? Como se acredita? Como se sonha com o dia que acabou mesmo por chegar.”
A peça foi apresentada em Guimarães, nos dias 15, 16 e 17 de março, no âmbito da Capital Europeia da Cultura e está em cena no Porto, no Teatro Carlos Alberto,de 12 a 22 de abril.
Pelo profundo humanismo do texto, pela originalidade da encenação e pela qualidade da representação (de Mário Santos), este espetáculo constitui uma experiência estética a não perder.
A temática abordada seria, já por si, motivo de interesse, mais ainda num momento em que a coragem de resistir, com persistência, a novas e velhas formas de violência continua a ser necessária.
Nunca será demasiado recordar que homens e mulheres como Carlos Costa e a sua companheira Margarida Tengarrinha (que estavam presentes entre o público quando vi a peça em Guimarães) não foram apenas resistentes antifascistas até 1974. Foram, nos anos seguintes, ativos construtores da Democracia. Foram e continuam a ser, ainda hoje, militantes da resistência contra todos os atropelos à Liberdade.
1 comentário:
Quem convictamente lutou pela liberdade como Carlos Costa e Margarida Tengarrinha, nunca deixará de ser um lutador e um resistente.
Vi a peça convosco e concordo com tudo o que diz.
Um beijo.
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