Mais uma vez, um livro recente dum autor português da nova geração deixa-me a grata sensação de ter sido uma das leituras que mais prazer me proporcionaram nos últimos meses.
Trata-se de «O filho de mil homens», obra de Valter Hugo Mãe, escritor agora convertido ao uso das letras maiúsculas e de todos os sinais de pontuação.
É, antes de mais, uma história sobre cuidar dos outros. Num ambiente ao mesmo tempo realista e mágico, uma série de personagens aprendem a tornar-se melhores, vencendo a solidão e o sofrimento, através da dedicação aos outros e da partilha do que há de melhor em cada um.
É, antes de mais, uma história sobre cuidar dos outros. Num ambiente ao mesmo tempo realista e mágico, uma série de personagens aprendem a tornar-se melhores, vencendo a solidão e o sofrimento, através da dedicação aos outros e da partilha do que há de melhor em cada um.
Recomendo a leitura do belo romance, onde se encontram passagens como estas:
Aceitou chorar. Havia muito que não o fazia. Talvez tivesse percebido que a natureza era, toda ela, uma expressão exuberante e que manifestar os seus sentimentos seria uma participação ínfima nessa honestidade do mundo. (página 73)
O Crisóstomo disse ao Camilo: todos nascemos filhos de mil pais e de mil mais mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em partes, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós. (páginas 236-237)
1 comentário:
Vou comprar e ler.A passagem apresentada convenceu-me.
Um beijo.
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