05/01/11

Poema de António Ramos Rosa

Cada árvore é um ser para ser em nós

Cada árvore é um ser para ser em nós

Para ver uma árvore não basta vê-la

a árvore é uma lenta reverência

uma presença reminiscente

uma habitação perdida

e encontrada

À sombra de uma árvore

o tempo já não é o tempo

mas a magia de um instante que começa sem fim

a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas

e de sombras interiores

nós habitamos a árvore com a nossa respiração

com a da árvore

com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses


António Ramos Rosa

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Gosto do poema e também gosto muito de árvores. Até já plantei carvalhos na Serra da Estrela.

Um beijo.