ITINERÁRIO
Os milhares de anos que passaram viram
a nossa escravidão.
NÓS carregámos as pedras das pirâmides,
o chicote estalou,
abriu rios de sangue no nosso dorso.
NÓS empunhámos nas galés dos césares
os abomináveis remos
e o chicote estalou de novo na nossa pele.
A terra que há milhares de anos arroteámos
não é nossa,
e só NÓS a fecundamos!
E quem abriu as artérias? quem rasgou os pés?
Quem sofreu as guerras? quem apodreceu ao abandono?
E quem cerrou os dentes, quem cerrou os dentes
e esperou?
Spartacus voltará: milhões de Spartacus!
os anos que aí vêm hão-de ver
a nossa libertação.
Poema de Papiniano Carlos, nascido em 9 de Novembro de 1918
09/11/10
Nos 92 anos de Papiniano Carlos
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2 comentários:
Que lindo poema!!!
E eu que conheço tão bem o Papiniano e não sabia que ele fez ontem 92 anos!!!!!
Obrigada por o ter lembrado.
Um beijo.
Ficamos muito emocionados por verificar que, a pretexto, neste caso, do aniversário do nosso avô, se divulga a sua obra que continua tão actual.
Muito obrigada e bem haja,
Alexandra
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