08/09/10

PRESIDENCIAIS NO BRASIL


Devo dizer que me sinto incapaz - pelo menos até este momento - de manifestar uma opção clara e fundamentada entre as candidaturas de Dilma Rousseff, apoiada pelo PCdoB, ou a de Ivan Pinheiro, lançada pelo PCB.
No entanto, algo me faz sentir que, lá como cá, está presente o clássico debate entre os que se batem pela superação revolucionária do capitalismo e os que, com linguagem de esquerda - e, muitas vezes, com honestas convicções progressistas - tentam suavizar e humanizar a sociedade sem abalar estruturalmente as relações de produção e de poder.
No manifesto eleitoral do Partido Comunista Brasileiro, gostei de ler:

«A continuidade do capitalismo é uma ameaça à própria vida, à natureza e à espécie humana. Este sistema está completamente falido; mas não cairá de podre, se os trabalhadores não o derrotarem. Fará de tudo para aprofundar a exploração e atacar mais os sindicatos e as organizações populares. De tudo farão para explorar as reservas de recursos naturais e a biodiversidade do planeta.

Mesmo ferido pela crise, o sistema imperialista afia suas garras para manter essa ordem envelhecida e desumana. Promove a guerra contra povos inteiros, como no Iraque e no Afeganistão, arma Israel para apoiar sua política genocida e a expulsão dos palestinos de suas terras, realiza provocações e campanhas permanentes contra os povos que decidem resistir aos seus interesses. Na América Latina, promove golpe militar em Honduras, mantém o embargo criminoso contra Cuba e reativa a IV Frota para ameaçar os povos e garantir o controle sobre as riquezas naturais da região. Bases militares são criadas em vários países para cercar os governos progressistas, principalmente da Venezuela.

O Brasil tem realizado ações no plano internacional que demonstram alguma autonomia e mesmo algum grau de conflito em relação aos interesses dos Estados Unidos e seus aliados. Mas é clara a vinculação da política externa brasileira aos interesses do capital, tanto no que diz respeito às empresas brasileiras, que participam de obras e empreendimentos por toda a América Latina, quanto às empresas estrangeiras que atuam no território brasileiro.

Do projeto burguês de inserção do Brasil, como potência, ao capitalismo internacional faz parte a estratégia brasileira de integração regional: se a proposta da ALCA (projeto agressivo do imperialismo para impor a dependência econômica e política às nações do continente) foi enterrada com ajuda do Brasil, não há interesse da parte do governo brasileiro em fortalecer a ALBA, integração soberana e anti-imperialista da América Latina, liderada por Cuba, Venezuela e Bolívia. E as forças militares brasileiras são mantidas no Haiti, a pedido dos EUA, para manter o domínio sobre aquele povo.»

O Manifestodo PCB pode ser lido aqui.

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Também gostei muito de ler o Manifesto do PCB. O Presidente Lula toma, de facto, atitudes pouco compreensíveis. Vamos ver o que virá depois das eleições.

Um beijo.