Em 1982, quando estava em Tomar a cumprir (contrariadíssimo) o Serviço Militar Obrigatório, escrevi este texto, que ficou, até hoje, guardado num caderno com capa. Transcrevo-o agora, resistindo a alterá-lo.
Subitamente eu vi nascer o sol
no teu corpo adolescente, meu país.
Vi abrirem-se as portas que retinham
as palavras e os gestos e as águas.
Vi no cais caravelas regressadas
de mares nunca dantes navegados.
Vi nascer uma nova geografia,
oceanos de paz e de gaivotas.
Vi nas praças da cidade libertada
fogueiras de esperança e de canções.
Vi as mãos do trabalho que se ergueram
gritando as palavras necessárias:
Abre-te Sésamo dum futuro por abrir.
2 comentários:
Parabéns Eduardo. Grande poema na forma e conteúdo.
Um beijo.
Pois é meu caro, tu viste, eu vi, nós vimos mas ...
36 anos depois a realidade é bem diferente...
E é caso para dizer que ... a luta continua.
Defender Abril é uma necessidade.
Abraço.
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